Tuesday, February 20, 2018


Talvez um ego adormecido. 
Talvez um querer de ser eu. Um desconsolo de ser eu. Um sofrer de amadurecer; 
Talvez um não saber, talvez uma lágrima. Talvez por ter amado.
O que não existia, e que todos suspiram desejando existir. Talvez um abraço, 
aquele soluço de bem amar, de carecer, de sentir falta, que só o amanhecer te traz de volta, a ser, aquilo que tu sonhou, 
 mas tua magoa, não deixa tu ser.
E quem sabe nasce o amanhecer, 
lindo belo como tu quis ver, em um sonho te abraçar, louco, linda te amar, a mulher que tu quis ver.
Sendo o amor tua vontade de ser, 
se torna, se decompõe, morrem em teu ser; 
em que tu é, e não é , mas saliva em ser, 
nos teus amores impossíveis, que tu acorda sorrindo, faz um café da manha,sorrindo para o sol da manha,agradecendo aquilo que tu não teve , mas que tu tem. 
Feliz da vida contigo, te amando consigo, enfim o amor esta em você como nunca pensou poder.
E um abraço apertado, de um grande amigo seu te faz recordar das mensagens de qualquer um que pode morrer, e ainda não pode estar morto por você.

Sunday, February 18, 2018

O plural e o singular

             

Uma das primeiras noções que temos e criamos na vida é a noção de si mesmo, do eu, do ego. Então desde criança somos ensinados e entendemos nós mesmos como sendo nosso corpo e nosso nome. Essa ideia que temos de nós mesmos, de eu individual, do ego, implica logicamente em uma separação, de mim, e do meu eu para com o resto do mundo. Então nessa lógica pode se deduzir que o egoísmo é um dos primeiros padrões mentais aprendido e agregado a nossa mente por todos nós. Então vamos crescendo, envelhecendo e criando padrões mentais, linhas de pensamentos e assim formando opiniões. Isso nos leva analisarmos situações por identificação do ego. Com essa identificação, a ideia do Eu fica ligada a nossa forma de pensar, e assim julgamos Ser nossas opiniões e nossos pensamentos. Se pode notar claramente isso quando há uma conversa entre duas pessoas e existem diferentes pontos de vista. Cada pessoa tende a defender o seu próprio ponto de vista, e se por acaso a outra pessoa prova que ela esta         completamente errada, pode acontecer de ela se ofender, ou tentar inventar argumentos inválidos ou falsos para defender seu próprio ponto de vista. Esta pessoa não somente esta defendendo seu ponto de vista, esta defendendo a si mesma, uma vez que se identifica com aquela ideia, e acredita Ser ela. Isto é um instinto de auto-preservação do ego; se defende a ideia para defender a ideia de si mesmo e da construção do seu Eu. Se a ideia que uma pessoa tem sobre determinada assunto mostra-se ser verdadeira, contrariamente a opinião que tenho, perco meu ponto de vista, e pode acontecer de sentir-me triste, ofendido ou simplesmente sem fundamento. Isso porque a ideia do meu Eu, que está ligada a minha opinião, torna-se invalida ou falsa, então aquela parcela do Eu ou de minha opinião deixa de existir e morre. Há quem lute para não mudar sua opinião e insista em manter seu ponto de vista mesmo este sendo errado, ou não sendo verdadeiro. Isso acontece para manter sua identidade, seu Eu não aceita mudar, pois isso acarretaria e representaria a morte do seu ego, no caso de sua opinião. Assim, supomos ser nossos pensamentos, nossas linhas de raciocínio e nossas opiniões individuais. Mas isso não é verdade, em ultima analise não há separação ou diferença entre você e qualquer outra pessoa, substancia ou matéria do universo. Implicitamente com essa afirmação introduzo a ideia de tudo e do todo serem Um, ou Uno. Você pode escolher a religião que quiser; se souber ler nos textos desvelados, a ideia de Deus, ou Ser superior se apresentará sempre como onipresente e onisciente dentre outras qualidades relacionadas particularmente a uma religião especifica ou outra. Não cabe ao espaço deste texto dissertar ou explicar a validade ou não deste argumento; pressupõe-se que se existir duvida em relação a isso, o próprio investigador  deve buscar suas respostas na construção de seu Eu. Mas citarei dois exemplos. Na bíblia Moises quer saber o nome de Deus e ele lhe responde: 
 “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU”  Êxodo 3-14.
Ora, quer dizer ser aquele que “somente é, que tudo é”, e que não tem nome  pois sendo tudo não carrega nome particular de nada.
Já no Budismo vemos a ideia da morte do ego para alcançar uma iluminação espiritual, e do desapego para com as coisas matérias. Isso se da de forma que não sendo apegado a nada, não se identificara como sendo uma coisa especifica. E desta forma não sendo uma coisa especifica poderá se tornar todas.
Com essa concepção de Ser não identificado a um Eu especifico e particular, rompe-se a individualização e separação do ego para com o todo. Uma vez que deixamos de nos identificar e ser um ponto de vista único, podemos então nos tornar todos. Essa é uma ideia que traz liberdade e paz, uma vez que tendo acesso a diversos pontos de vista sobre determinadas coisas, poderá se formular um argumento que ainda que individual, possa ser baseado em diversos pontos de vista ou na coletividade de fatos; e que também trás paz, uma vez que não existe mais conflito entre um ponto de vista especifico e outros diferentes já que o que existe é constituído por todos. 
Com essa mudança de pensamento na percepção do Eu particular, muda também sua conduta para com os outros e com o mundo. Não se reconhecendo mais como um ente particular tenderá a se colocar no lugar dos outros como se fosse o seu próprio. Isso acarretaria numa diminuição crescente de pré julgamentos, pré conceitos, e pensamentos viciosos pré estabelecidos que são reflexo de uma  mente condicionada, egoísta e particularmente ligada ao ego individual.
Tendo tudo isso em vista, além alcançar a paz particular, se proporcionaria o bem coletivo. Supõe-se que ninguém gosta de sentir dor, fome ou estar em estado de miséria. Se não se deseja sentir isso, pois nisto está implícito o sofrimento, porque então aceitar que isto exista ou aconteça?  Não estou afirmando que você tem o poder de acabar com a miséria, a dor ou a fome do mundial, mas que você tem o poder de mudar sua atitude particular em relação a isso. Existe uma música  de uma banda chamada DFC que diz “Faça a sua parte e o dever está cumprido”. E talvez seja exatamente isso. Se cada um se colocar no lugar do outro, não somente por simpatia, mas por uma profunda compreensão de quem se é em si mesmo, haveria uma significativa mudança no todo em que se vive. E o fundamental disso tudo esta no amor. Ninguém em sã consciência causa dor ou o mal a quem ama. E o amor que refiro é a tudo; a si mesmo e ao todo, uma vez que como diz Heráclito “tudo é mais do mesmo”.  Eu não sei qual o propósito da sua vida, mas imagino que queira ser feliz, seja hindu, budista, católico, evangélico, umbandista, negro, índio, homossexual ou até mesmo ateu. Pois se você for ateu, até pode negar a existência de Deus, mas não estou aqui fazendo um argumento de fé, e sim de um bom senso coletivo para o bem de todos. O amor é este bom senso, ele a gera paz e por conseguinte leva a felicidade. Está é minha santa trindade. O mistério de Um ser três, e três serem Um. É o uno manifestado no múltiplo e o múltiplo que constituí o uno de Platão. 
O grau que se alcança é um mérito proporcional à investigação do próprio investigador. Cabe, pois a cada um julgar ser o que é. Minha vó sempre dizia, “tua cabeça é teu juiz, cada cabeça uma sentença".